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A mosca no vidro
“A filosofia entra no jogo quando a linguagem sai de férias”. Li alguma coisa do tipo em um livro do pensador austríaco Ludwig Wittgenstein, mas não consigo lembrar exatamente onde. Wittgenstein foi o meu primeiro grande anti-herói filosófico. Frases como essas estavam espalhadas em uma grande quantidade de escritos deixados por ele em Cambridge. Caixas e caixas de sapatos cheios de fragmentos; aforismos em livros, fichas em catálogos, dois cadernos, um marrom e um outro azul, cheio de anotações. Essa foi a herança deixada por esse sujeito estranho, filho de um grande industrial do aço do império austro-húngaro, herdeiro de uma das maiores fortunas do entreguerras; um jovem inteligente e emocionalmente instável, que cursava engenharia aeronáutica no começo da década de 1910 e acabou encontrando Bertrand Russell, um dos grandes ativistas e pensadores do século passado e foi desviado do seu intento de inventar o avião (era nisso que ele trabalhava antes de ter contato com lógica matemática e resolver se dedicar ao trabalho filosófico).
Agosto: mês do desgosto
Já tem um tempo que não escrevo uma crônica, mas é tão boa esta escrita assim, “despreocupada”, esta falta de compromisso... Toda leitura e escrita deveriam ser assim: fontes de prazer; só leio e escrevo aquilo que me desperta interesse e que é significativo pra mim. Boa é a demora que torna o caminho seguro. Não gosto nem de lembrar daquelas enormes redações que eu tinha de escrever contando as minhas férias. Bom mesmo é escrever assim, aquele pensamento que surge, aquela vontade enorme de colocar pra fora aquela ideia, por menor que ela seja. Quase não vi minhas professoras lendo ou escrevendo algo diferente nas aulas. Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço.
Um imperador brasileiro?
Nada pode parecer mais adequado do que aproveitar o feriado de 7 de setembro para se inteirar sobre a vida do primeiro imperador do Brasil. Por onde começar? Uma sugestão é D. Pedro I: um herói sem nenhum caráter (Companhia das Letras, 2006, 340 p.), biografia escrita pela historiadora Isabel Lustosa, pesquisadora da Fundação Casa de Rui Barbosa. A intenção de Lustosa ao escrever o livro foi "contar a história desse homem que foi, sobretudo, um macho, na acepção mais crua da palavra, no que esta tem de sensual e de rude, mas também de valente".
Overmundo
Querendo publicar sua crítica do último filme que viu ou do último livro que leu? Pensando em publicar seus contos e poesias, mas não sabe onde? Seu problema é divulgar o baile que você e seus amigos organizaram ou os serviços culturais que vocês oferecem? Então seus problemas talvez tenham acabado: você pode publicar tudo isso e muito mais no Overmundo, um site criado pelo antropólogo Hermano Vianna, pelo advogado José Marcelo Zacchi, pelo colunista da revista Trip Alexandre Youssef e pelo professor de Direito Ronaldo Lemos.
Uma abordagem pragmática da avaliação formativa
A ideia de avaliação formativa presta-se a debates especializados sobre questões muito agudas. É necessário, periodicamente, encontrar uma visão de conjunto e indagar: os professores e pesquisadores se fazem as perguntas certas? Quais são, hoje, os conhecimentos e as incertezas? Os impasses e as pistas fecundas? Entre a abstração um tanto vazia e a tecnicidade limitada, entre a autonomia e a fusão com a didática, a avaliação formativa ainda procura seu caminho. Ninguém pode pretender deter verdades definitivas sobre a concepção dos objetivos, a natureza da instrumentação ou as relações entre avaliação formativa e pedagogia. Diversas concepções também se confrontam quanto à maneira de integrar a avaliação à prática, às estratégias de mudança ou de formação dos professores.
Dante Milano, o puro poeta antilírico
De e sobre o poeta Dante Milano, que visitamos como tradutor, vão aqui poemas, referências biográficas e comentários de fontes diversas:
Estante Virtual
Para quem realmente gosta de leitura, tirar uma tarde para ficar passeando pelos sebos do Centro do Rio de Janeiro é um programão. Naqueles corredores estreitíssimos cobertos de livros, é irresistível sentar-se no banquinho baixo e passar horas lendo pequenos trechos de diversos volumes que aparecem à nossa frente.
Depois da Filosofia
Há muito tempo, eu não tinha ideia do que fazer com a minha própria vida. Não sei se você já sentiu isso. Mas, aos 20 anos, eu não tinha ideia de que caminho seguir. Isso era grave, porque eu já havia cursado dois semestres de Psicologia na UFRN e estava perguntando a mim mesmo o tempo todo: “o que eu estou fazendo aqui?”. Quando você começa insistentemente a se fazer essa pergunta é porque alguma coisa está errada; ou com você, ou com o lugar onde você está. O fato é que eu assisti a uma palestra sobre o filósofo alemão Martin Heidegger e decidi mudar de curso. Fiz reopção (Uma espécie de vestibular interno) em 1996. Lembro de, no dia da prova, ter visto as listas com os alunos que estavam pleiteando mudança de curso e as respectivas vagas. As maiores concorrências estavam nas engenharias, na Saúde e no Direito. Procurei a lista da reopção para filosofia. Uma vaga. Um único concorrente.
Os setenta anos de uma senhora rebelde: a UNE
“A UNE somos nós, nossa força, nossa voz!”
Química virtual, resultados reais
Preocupados em aproximar o ensino da disciplina do que os químicos realmente fazem em seus laboratórios, os professores do Projeto IrYdium, em sua maioria pertencentes aos quadros da Carnegie Mellon University, criaram o Virtual Lab com fundos da National Science Foundation, o CNPq americano.