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Cartas de amor de uma religiosa portuguesa escritas ao cavaleiro de C.
Mariana Alcoforado foi uma religiosa que viveu no século XVII, a quem foi atribuída a autoria das Lettres Portugaises (Cartas Portuguesas), publicadas pela primeira vez numa edição anônima, em 1669, em Paris. As Cartas Portuguesas ou Cartas de amor de uma religiosa portuguesa escritas ao cavaleiro de C. são textos da lendária freira, cuja escrita é aflita e ansiosa em virtude da espera, muitas vezes sem ânimo, de respostas de seu amado, o Marquês de Chamilly. Ao que parece, o oficial Chamilly não correspondia igualmente a esse amor: Mariana pede respostas mais intensas, mais afetuosas, mais comprometidas, como desde a primeira carta: “Basta! basta!, infeliz Mariana, basta de te consumires em vão e de procurares um amante que nunca mais voltarás a ver; um amante que atravessou o mar para fugir de ti, que está na França no meio dos prazeres e nem por um momento pensa nas tuas dores; um amante que te dispensa de todos esses transportes, que nem sequer te agradece”. As Cartas, que hoje ainda simbolizam o amor total, radical, são uma obra-prima da literatura amorosa. Isso pode ser comprovado pelo número de estudos sobre essa “correspondência”, bem como pelo resgate desse tema pela literatura portuguesa contemporânea.
Música nas aulas de Língua Portuguesa
A Lei nº 11.769, publicada no Diário Oficial da União de 19 de agosto de 2008, tornou obrigatório o ensino de música no Ensino Fundamental e Médio. Até 2011, uma nova política definirá em quais séries da educação básica a música será incluída e com que frequência.
O brinquedo na literatura infantil: uma leitura psicanalítica
O brinquedo me acompanha desde que eu era criança, pela adolescência afora, na maternidade, quando fui professora de crianças e quando fui atendê-las na clínica psicanalítica. O brinquedo não me escapa aos olhos; estava lá, dentro e fora de mim, no raso, no fundo, nos meus pensamentos e lembranças. Estudei Literatura, Psicologia e Psicanálise. E o brinquedo continuava me chamando a atenção para a infância como o tempo da brincadeira e para a possibilidade de criação subjetiva.
Giovanni Arrighi
Morreu nos Estados Unidos, na cidade de Baltimore, no dia 19 de junho de 2009, o economista italiano Giovanni Arrighi, que foi professor, nos últimos anos de sua vida, na Universidade John Hopkins. Arrighi nasceu em Milão, em 1937, estudou na Universidade de Bocconi, e na década de 1960 participou da geração de cientistas sociais europeus e norte-americanos que trabalharam na África e se dedicaram ao estudo do desenvolvimento econômico em países da periferia capitalista. De volta à Itália, na década de 70, e depois nos Estados Unidos, a partir dos anos 80, Giovanni Arrighi dedicou quase três décadas de sua vida intelectual ao estudo da “crise da hegemonia norte-americana” dos anos 70, e das transformações econômicas e políticas mundiais das décadas seguintes, que passaram pela expansão vertiginosa da China e de grande parte da Ásia e chegaram até a crise financeira de 2008.
Sobre a antinomia: liberalismo versus comunitarismo
O antigo debate entre os representantes do liberalismo e do comunitarismo girava em torno do seguinte problema: a questão sobre o politicamente "justo" pode ser separada da questão sobre o moralmente "bom". Enquanto os representantes da posição liberal querem salvar a validade universal dos princípios justos, desvinculando-os da resposta à questão sobre o bem, os representantes do comunitarismo, ao contrário, vinculam as questões sobre a justiça política à questão sobre a "boa vida". Contudo, não se deve ignorar que ambos os partidos baseiam-se nas mesmas suposições centrais.
Uma dívida (pública) com a Educação (Pública)
Confúcio, em Os colóquios
Luiza Barreto Leite: Teatro e jornalismo para a Educação
Luiza Barreto Leite foi uma educadora de mão cheia – em casa e na escola, no teatro, no jornalismo e no MEC. A revista Educação Pública tem em suas páginas vários de seus artigos, especialmente sobre a História da Educação no século XX. Agora, quando acabamos de comemorar o Dia do Professor, vale a pena divulgar um artigo de seu filho, Luiz Alberto – mais que nosso colaborador, um grande incentivador – que reúne não só fragmentos de textos de Luíza como opiniões de várias pessoas sobre ela.
Saber só não basta
Existem pessoas com excessiva capacidade de armazenar conhecimentos, facilidade em fazer uso desenvolto da memória, junto de um impulso pela constante busca por novos conhecimentos. Obviamente trata-se de qualidades importantes, ainda mais diante de um mundo de esquecimento em que vivemos, onde a memória fraca parece ser a única explicação plausível para certas atitudes que presenciamos frequentemente: candidatos políticos com um passado repleto de erros, desonestidade e má-fé sendo reeleitos para importantes cargos após poucos anos de seus malfeitos; ou a programação da televisão aberta em geral (considerando-se as raras exceções), que induz o telespectador a um estado de letargia, abandono de si e falta de pensamento.
Uma noite não das minhas melhores
Sem ao menos esperarmos, lá estava ele: um buraco grande, capaz tranquilamente de engolir um pneu. Agora estava cheio pelo pneu imprestável e meio escondido dentro da noite. Aliás, se não fosse de noite e não estivéssemos tão bêbados, poderíamos tê-lo previsto e, assim, desviado.
Ensino cooperativo e inclusivo
A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais no contexto da escola regular ainda é um processo recente e cercado de tabus e preconceitos no cotidiano das escolas brasileiras. Ainda há um número relativamente pequeno de pesquisas nessa área e um número ainda menor de experiências bem-sucedidas que mereçam destaque. Mas é possível registrar, através de pesquisa etnográfica, experiências bem-sucedidas originárias de políticas públicas pró-inclusivas no âmbito da educação nacional que merecem ser socializadas, pois é positivo conhecer salas de aula de escolas brasileiras que apresentem uma proposta inclusiva que mostra como a cultura do ensino colaborativo ou bidocência pode ser a chave para o sucesso da inclusão em nosso país.