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A revolução das flores
Num vale florido, o perfume envolvia as abelhas que trabalhavam com muito entusiasmo, compondo um belo cenário com borboletas e beija-flores felizes.
Bichinhos de jardim
Para quem gosta de quadrinhos e sabe o valor do humor sutil das tirinhas, vale conferir o site Bichinhos de jardim, de Clara Gomes. Os bichinhos, publicados pela primeira vez em 2001, na Tribuninha – suplemento infantil do jornal Tribuna de Petrópolis, acabam de completar dois anos na Internet. Para comemorar tal data, Clara (a dona do jardim) apresenta uma seleção de desenhos antigos, como um de 1994, época em que o personagem principal era uma Jujuba gigante com um cachorro.
Tipo assim: nem losers, nem winners
Se para nossos avós as coisas "eram" ou "não eram" – não havia o meio-termo, o maniqueísmo imperava, tudo se dividia entre o certo e o errado, o “bom” e o “mau”, “o preto no branco” –, para os jovens de hoje nada “é” peremptoriamente, terminantemente, taxativamente: as coisas são "tipo assim" - um vício de linguagem hoje muito utilizado e criticado, até porque tal expressão, sob a ótica da língua culta, é visto como algo medonho, tipo assim uma muleta linguística que gramaticalmente não tem serventia alguma. Mas, do ponto de vista da comunicação, é bem interessante, pois, sob certos aspectos, mostra falta de certezas (“as certezas, meu deus, para que tantas certezas”): “eu gosto dele de um jeito, tipo assim, diferente”, foi o que escutei uma aluna dizer a outra. Como discorrer sobre um sentimento incomensurável como o amor de forma exata? Nem mesmo os mais astutos filósofos conseguiram realizar tal empresa: no mais famoso jantar filosófico, ficaram todos falando sobre o amor, comendo, bebendo e discutindo, e nada de conseguir definir de uma vez por todas tal nobre sentimento (Cf. em O Banquete, Platão). Sendo assim, nada mais justo que leigos refiram-se ao amor como algo “tipo assim”. Pronto: o emissor lançou sua incapacidade de definir em termos exatos seu sentimento, o receptor entendeu que se trata de uma coisa profunda, mas indeterminável (talvez por isso seja “tipo assim”). E fez-se a comunicação.
Não, não posso parar; se paro eu penso; se penso eu choro!
De tudo ficam três coisas: A certeza de estarmos sempre começando A certeza de que é preciso continuar E a certeza de que podemos ser Interrompidos antes de terminarmos. Portanto: Fazer da interrupção um caminho novo, Da queda um passo de dança, Do medo uma escada, Do sonho uma ponte, Da procura um encontro
Escopeta não é chocalho
A reativação da IV Frota Naval dos Estados Unidos na zona do Atlântico Sul provocará uma mudança radical e permanente nas relações militares dos EUA com a América Latina. Foi por isso que surpreenderam tanto as primeiras explicações americanas a respeito da reativação da sua frota, criada em 1943 e desmantelada em 1950, pois teria sido uma simples decisão “administrativa”, tomada com objetivos “pacíficos, humanitários e ecológicos”. A mentira não é um pecado grave no campo das relações internacionais. Pelo contrário, mentir ou dizer meias-verdades com competência foi sempre uma arte e uma virtude essencial da diplomacia.
Pedro Salgueiro e seu Inimigos
Inimigos, de Pedro Salgueiro, é uma das publicações da Editora 7 Letras, que está com seu site renovado e é uma das poucas a investir em escritores iniciantes. Não é o caso de Pedro Salgueiro, premiado em vários concursos nacionais e internacionais; este é seu sexto livro.
A morte e a donzela
Não gosto da Veja. Não leio porque me entedio com as propagandas. Mas a capa desta semana me fez lembrar de Dylan Thomas. A foto de uma mãe acariciando o rosto de sua filha morta no massacre de Beslan me fez pensar nas grandes dores. Naquelas dores que não passam. Naquelas dores que recortam o espírito em pequenas fatias e espalha seus fragmentos na imensidão vazia do espaço e no abismo sem fundo do tempo.
Os sonhadores e a sociabilidade simmeliana
Georg Simmel foi um autor que se preocupou muito com a forma das interações entre os indivíduos, mas que por outro lado não dedicava tanta atenção à forma de suas composições acadêmicas. Como não costumava mencionar as fontes nas quais buscava os fundamentos para suas conclusões e não se conformava a uma estrutura metodológica rigorosa, foi muito desmerecido pelos acadêmicos de sua época, não conseguindo alcançar, em vida, a repercussão que suas ideias obtiveram postumamente.
A “verdade científica” ironizada por Machado
Em pleno século XIX, com tom irônico (adquirido de suas leituras dos escritores ingleses), e um narrador que faz acreditar que o fato narrado é verídico por salientar que “antigos cronistas” já relataram a mesma história, Machado de Assis escreveu O alienista em 1881.
De onde vem o mal?
Assassinatos, sequestros, roubos, violência contra pai, mãe, filhos, crianças e idosos. É o fim dos tempos? “Hoje em dia o mundo está perdido”, dizem uns. Maldade, porém, sempre existiu. Não é à toa que, há mais de dois mil anos, o melhor dos homens, o mais bondoso, o mais justo, morreu pelas mãos de seus semelhantes. Nem mesmo Jesus Cristo conseguiu sair incólume da ira da humanidade. Desde muito antes dele até hoje o mal continua a existir, seja nas guerras, no tráfico de órgãos, nos danos à natureza, nas atrocidades dos regimes totalitaristas, no preconceito com o diferente, nos assassinatos por dinheiro, poder, ciúme, inveja.