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Por Falar em Construtivismo, que tal Praticá-lo?
A palavra construtivismo entrou na moda. Dificilmente encontraremos projetos ou pessoas envolvidas com educação que não utilizem pelo menos algumas vezes em seu discurso expressões como "construir conhecimento", "proposta construtivista", ou "busca de autonomia". No entanto, as ações dessas mesmas pessoas indicam transferência, reprodução, ou automatismo.
Universidade e Nação
Assistimos, impotentes, a mais uma longa greve nas nossas Universidades Federais. Já quase nem é mais notícia. A conjuntura de terror e guerra, deste preciso momento, nem é desculpa para tal desconhecimento, pois há anos é assim. O drama vivido pelas Universidades parece distante de nós, como se não fosse parte dos impasses que atravessamos como Nação em busca do seu lugar e seu caminho entre os outros povos do Planeta Terra. Desastrada ilusão! Dói na alma o visível sucateamento de prédios e espaços das Universidades, basta passar pelo Fundão para se ter uma ideia. Mas o mais trágico é o desmonte do projeto de Universidade Pública que está por trás. De algum modo, a crise que corrói por dentro as fundamentais instituições públicas que são as nossas Universidades Federais é como uma ameaça de destruição de nossa capacidade coletiva de pensar, de criar no pensamento as possibilidades do nosso futuro. O desmonte da Universidade Pública, não nos enganemos, está minando uma base essencial do Projeto de Nação para o Brasil. A Universidade é uma instituição relativamente recente no Brasil. A primeira - a Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro - foi criada nos anos 10 do século XX, agregando as instituições universitárias existentes. Este fato tem muito a ver com um traço de nossa história econômica, política e cultural de país determinado do exterior, com dificuldades em definir um projeto para si mesmo. Mas, a partir de então, a história muda. Projeto de Nação e Universidade passam a andar muito colados. Lembro aqui o nascimento da USP - Universidade de São Paulo, no pós-30, em que se forja a hegemonia urbano-industrial sobre os interesses agroexportadores. A USP nasce como projeto de Universidade no bojo do movimento da Semana Modernista. Até hoje pensa o país, cria para ele, sendo uma instituição bastante emblemática neste sentido. Outro exemplo é a UnB - Universidade de Brasília. Foi no bojo do caldeirão de ideias e projetos de uma Nação democrática e desenvolvida, do final dos 50 e início dos 60, que Darcy Ribeiro concebeu a UnB, nova como concepção de Universidade e nova pela ousadia de pensar o Brasil. Junto com tais criações universitárias vieram um pujante movimento universitário, cujo efeito até hoje sentimos. Os militares, a seu modo e contra o nosso gosto, forjaram um consistente projeto de Universidade tecnocrática a serviço de sua proposta de desenvolvimento autoritário acelerado para o Brasil. Na luta contra a ditadura, pelas Diretas-Já e Assembleia Constituinte, novamente a questão universitária adquiriu relevo, tanto pela participação do movimento estudantil e do novo e poderoso movimento de docentes de ensino superior, como pelos debates em torno a um projeto de Educação e Universidade para o Brasil. Enfim, as vicissitudes da Universidade Brasileira estão no centro de nossas buscas como Nação. Hoje contamos com um relativamente complexo sistema universitário de ensino e pesquisa. Mas a espinha dorsal do sistema - as Universidades Federais - está sendo corroída em sua capacidade de hegemonia de pensamento e ação. O tudo é mercadoria e mercado, e por suas regras se regula, chegou à Universidade e a está destruindo. Criar e pensar, seja criar ciência e tecnologia, como criar sentido humano às coisas, está muito além das regras da economia mercantil e de sua ideologia. Isto é trágico para o país que precisa encontrar-se consigo mesmo. Precisamos de muita ideia, de muito pensamento, de teorias, de hipóteses, de pesquisa, de ousadia, enfim, para transformar nossos sonhos em possibilidades de construção de um futuro de liberdade, igualdade na diversidade, de solidariedade e muita cidadania. Gestar um projeto de desenvolvimento democrático e sustentável de Nação Brasileira é impossível sem um ousado projeto de Universidade. Realmente não dá para aguentar o discurso dos privilégios de que seriam beneficiárias as Universidades Federais, seus professores e alunos, de que se vale o governo e praticamente o conjunto das elites, tanto na política como no meio jornalístico, cultural e empresarial. Abusos e problemas nas Universidades devem existir, aos montes. O seu combate não deve ser confundido com o próprio desmonte das instituições, como se vitais não fossem. Seria bom que nossos governantes entendessem que não existe grande Nação sem suas grandes Universidades. Afinal, que lógica é esta que considera vital gastar recursos públicos para termos saudáveis bancos e banqueiros e considera um desperdício investir nas Universidades Federais que são nosso futuro? Por fim, mas não menos importante, a hemorragia em nossas Universidades Federais é, num certo sentido, uma facada na própria sociedade civil brasileira. Mesmo mantidas pelo governo, as Universidades são por excelência instituições públicas centrais na conformação da cidadania e da participação. Este talvez seja o seu traço mais marcante. Sua autonomia e liberdade são, num certo sentido, sinônimos do grau de autonomia e liberdade de que gozam movimentos e organizações da sociedade civil, mesmo os mais pobres e excluídos, que estão segregados da atual vida universitária. As Universidades são indispensáveis como base de participação e tecido de defesa cidadã, instituições centrais em qualquer democracia. Sãs as Universidades que, por definição, juntam o universal ao específico, o traduzem e o recriam segundo as necessidades e possibilidades locais. Salvemos as nossas Universidades Federais pois isto é fundamental para que o encontro do Brasil consigo mesmo como Nação não seja irremediavelmente comprometido.
Experiências Educacionais de Sucesso no Brasil
Cecip/Unicef
Alguns princípios dos PCN
(...) O princípio de que todas as pessoas merecem respeito, independentemente de sua origem social, etnia, religião, sexo, opinião, assim como as manifestações socioculturais dos diferentes grupos que constituem a sociedade, fundamenta a afirmação do respeito mútuo.
O metrô educação também pode dar certo
Ninguém acreditava, mas deu certo: no Metrô do Rio de Janeiro não se joga lixo nos trilhos, não se cospe no chão e não se picha. Para um povo que é, lá fora, muitas vezes considerado grosseiro e mal educado, até que o carioca conseguiu o que parecia impossível: uma ilha - se bem que subterrânea - de organização, ordem e respeito; ao passo que, em certos países ditos desenvolvidos, a situação é inversa: é no Metrô que aparecem certos traços de vandalismo e de irresponsabilidade social.
Educar.... sem tirar o pé da estrada
Ele não é professor, seu dia a dia está bem longe da rotina dos que estão à frente do quadro negro mas, mesmo assim, conseguiu desenvolver um projeto que está rendendo boas aulas de história e geografia nas escolas brasileiras.
Só aprende quem tem fome
O psicanalista e educador diz que nossas escolas dão a faca e o queijo mas não despertam a curiosidade das crianças. Para ele é preciso fugir dos programas rígidos.
Fantasias no Ibirapuera
Duas ou três vezes por semana, tento achar tempo para andar durante uma hora, preferencialmente bem cedo na parte da manhã, no lindo Parque Ibirapuera, na zona sul de São Paulo. É sempre uma oportunidade para fazer o óbvio benéfico exercício físico, e também para recarregar minhas "pilhas" emocionais e espirituais, vendo as bonitas árvores e arbustos, os cisnes e gansos perto do lago, e pondo a minha imaginação para trabalhar.
O uso inteligente do computador na educação
O que seria a utilização do computador na educação de maneira inteligente? Seria fazer aquilo que o professor faz tradicionalmente ou seja passar a informação para o aluno, administrar e avaliar as atividades que o aluno realiza, enfim, ser o "braço direito" do professor; ou seria possibilitar mudanças no sistema atual de ensino, ser usado pelo aluno para construir o conhecimento e, portanto, ser um recurso com o qual o aluno possa criar, pensar, manipular a informação? A análise dessa questão nos permite entender que o uso inteligente do computador não é um atributo inerente ao mesmo, mas está vinculado a maneira como nós concebemos a tarefa na qual ele será utilizado. Um sistema educacional mais conservador certamente deseja uma ferramenta que permite a sistematização e o controle de diversas tarefas específicas do processo atual de ensino. Uma máquina de ensinar e administrar esse ensino facilita muito a atividade do professor. Sistemas computacionais com essas características já foram desenvolvidos, desempenhando tarefas que contribuem muito para essa abordagem educacional e passam a ser muito valorizados pelos profissionais que compartilham dessa visão de educação. Por outro lado, os profissionais da educação que não compartilham dessa abordagem educacional certamente não necessitam de sistemas computacionais com tais características. Mesmo os sistemas de ensino mais sofisticados, com qualidades de inteligência - como a capacidade de identificar os erros cometidos pelos alunos ou indicar tarefas de acordo com o nível do aluno - não são considerados como uma forma de uso inteligente do computador na educação. Isso significa dizer que a análise de um sistema computacional com finalidades educacionais não pode ser feita sem considerar o seu contexto pedagógico de uso. Um softwaresó pode ser tido como bom ou ruim dependendo do contexto e do modo como ele será utilizado. Portanto, para ser capaz de qualificar um softwareé necessário ter muito clara a abordagem educacional a partir da qual ele será utilizado e qual o papel do computador nesse contexto. E isso implica ser capaz de refletir sobre a aprendizagem a partir de dois pólos: a promoção do ensino ou a construção do conhecimento pelo aluno. Nesse artigo será defendida a ideia de que o uso inteligente do computador na educação é justamente aquele que tenta provocar mudanças na abordagem pedagógica vigente ao invés de colaborar com o professor para tornar mais eficiente o processo de transmissão de conhecimento.
Temas Transversais como Eixo Unificador
Existem temas urgentes e importantes cujo estudo exige uma abordagem particularmente ampla e diversificada, que não pode ficar restrita a uma única disciplina. Alguns deles foram inseridos nos PCN, que os denomina Temas Transversais e os caracteriza como temas que "tratam de processos que estão sendo intensamente vividos pela sociedade, pelas comunidades, pelas famílias, pelos alunos e educadores em seu cotidiano. São debatidos em diferentes espaços sociais, em busca de soluções e de alternativas, confrontando posicionamentos diversos tanto em relação a intervenção no âmbito social mais amplo quanto a atuação pessoal. São questões urgentes que interrogam sobre a vida humana, sobre a realidade que está sendo construída e que demandam transformações macrossociais e também de atitudes pessoais, exigindo, portanto, ensino e aprendizagem de conteúdos relativos a essas duas dimensões".