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Receitas contra o racismo
Ao longo dos últimos anos, o Brasil passou por um grande processo de mudanças, no que diz respeito às relações raciais. A percepção do País como uma democracia racial é cada vez menos consensual, e, hoje, diferentes setores da sociedade têm sua agenda política marcada pelo debate sobre o racismo como elemento constitutivo de nossa sociedade (veja a referência bibliográfica). Embora ainda exista a autoimagem do Brasil como homogêneo e indiferenciado, encontra-se, progressivamente, maior abertura a experiências que procuram beneficiar grupos específicos, que tenham, historicamente, menor acesso a oportunidades. O debate nacional sobre ação afirmativa é bastante recente, datando dos últimos cinco anos. De maneira geral, o movimento negro brasileiro tem sido o responsável pela introdução do tema no debate público nacional. Frequentemente o assunto é alvo de muitas críticas e existem resistências à sua incorporação. As críticas mais comuns destacam que políticas específicas trariam conflito e divisionismo. As críticas relacionam-se também à inadequação de políticas desse tipo, uma vez que a situação desvantajosa da população negra estaria associada ao seu baixo grau de escolaridade. Portanto, uma melhoria geral das políticas educacionais traria os benefícios esperados à população afro-brasileira.
Amor gramatical
Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com aspecto plural, alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda jovem, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por literatura e filmes ortográficos.
O Hiato entre Cidadania e Poder
Em diferentes partes do mundo, estão sendo criados fatos e situações novas para a democracia que todas e todos, amantes da liberdade e dignidade humanas, precisamos encarar com urgência e ousadia. Alguns já falam até em crise da própria democracia. Provavelmente, é isto mesmo, uma crise política em gestação. Sua solução não é visível. Ainda é tempo de agir, evitando turbulências maiores e a volta de soluções fascistas e autoritárias. Mais que isto, são também componentes da crise os sinais que apontam para a possibilidade de um salto qualitativo com a radicalização da democracia como valor e ideal, como opção e proposta. Estamos, na verdade, diante de novos desafios para a cidadania, que tantas mulheres e tantos homens, mundo afora, lutam para por no centro. Nunca é demais lembrar quão recente e frágil é a democracia. Além do mais, a maior ameaça à globalização reinante do tudo pelo mercado vem exatamente de cidadãs e cidadãos em movimento, que dizem não e resistem.
Desafio de carnaval
Para quem gosta de samba, eis nosso desafio:
Nem direitos, nem humanos
Se a máquina militar não mata, se oxida.
Cristais Líquidos
Uma forma interessante de matéria é o estado líquido cristalino ou mesomórfico. Este estado, embora observado pela primeira vez há quase 100 anos, tornou-se objeto de intensa investigação. O estado líquido cristalino é o único da matéria que combina as propriedades dos estados sólido e líquido. No estado líquido cristalino existe um ordem molecular menor do que num sólido; contudo, maior do que num líquido comum. Os sólidos cristalinos têm os seus átomos organizados em uma rede espacial; esta organização macroscópica se propaga por distâncias de até milímetros, ou seja, podemos pegar um cristal nas mãos. Um líquido como a água, por exemplo, não tem essa ordem posicional, então as moléculas estão colocadas de forma aleatória no espaço. Um cristal líquido tem propriedades tanto de um sólido cristalino (uma certa ordem) como do líquido (a fluidez). Embora seu aspecto seja o de água, num microscópio podemos ver um certo grau de orientação. Compostos que podem formar cristais líquidos tendem a ter moléculas compridas e razoavelmente rígidas. Um exemplo de uma molécula deste tipo é o para-azoxianisol, ilustrado abaixo.
O Risco de não Mudar
A vulnerabilidade do Brasil começa a ficar evidente. O neoliberalismo, como ideologia e como modelo de política macroeconômica, nos levou a isto mesmo: submissão da economia, da sociedade e do próprio Estado aos interesses das forças que controlam o mercado e o poder global. Pior, abriu as comportas do país de modo especial aos humores e à ganância dos capitais financeiros especulativos para os quais o mundo não passa de um grande cassino. Agora, diante das turbulências, nos falam das eleições e do risco que representariam possíveis mudanças de rumo do país. Por favor, senhores, não nos façam de tontos! A vulnerabilidade são vocês que a construíram. Ou mudamos isto ou vamos rápido ao desastre. Que a destruição em curso na Argentina nos sirva como exemplo!
O ver-de novo
No dia 28 de março, aconteceu um novo desastre ecológico, descrito como o pior já testemunhado no Brasil. Um reservatório de uma indústria de papel, situada na cidade de Cataguazes, Minas Gerais, rompeu e liberou cerca 1,4 bilhão de litros de água contaminada por produtos tóxicos, como soda cáustica, chumbo e outros produtos utilizados na fabricação de papel, no rio Pomba, que corta o norte e o noroeste do Estado do Rio e deságua no rio Paraíba do Sul.
A Insegurança no Coração do Império
Diariamente, estamos sendo bombardeados com os tais índices da Bolsa de Valores. Tanto por cento para cima, tanto por cento para baixo, num confuso vai-e-vem de difícil compreensão para leigos. Claro, depois de tanto diferentes jornalistas e analistas insistirem, sabemos que as Bolsas estão em queda e que um certo pânico se espalha pelo mundo afora. Já não é mais o tal efeito Argentina, nem o efeito eleitoral interno, capaz de ser captado por um novo termômetro financeiro, o Lulômetro, que conseguem explicar o momento de certo pânico no ar. Em termos muito diretos e simples, parece que o "cassino global", que subjugou a economia real nestes tempos de globalização, está ele mesmo em enormes dificuldades. Se num primeiro momento muita gente sentiu uma ponta de satisfação em ver finalmente os especuladores perdendo dinheiro, logo, muito logo, foi se instalando uma certeza de que toda está dança confusa das Bolsas não é coisa boa, não. O sentimento que aflora é algo difuso e distante, como se a gente antevisse a volta da instabilidade e da inflação, com a sua pesada conta sobre os de sempre, setores intermédios e classes populares. Como não dá para fazer muita coisa, a gente deixa para lá e volta a discutir os problemas mais imediatos, como o desemprego e a precariedade do trabalho, ou a maré montante da violência e do crime organizado nos grandes centros urbanos.
Nanotecnologia e nanociência: o mundo liliputiano
Isabella Faria