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A sociedade da ordem e a desescravização
Qual a grande mutação introduzida pela modernidade com a revolução democrática?
Muito da história do livro no Brasil
O lançamento do livro Impresso no Brasil – dois séculos de livros brasileiros, editado numa parceria da Biblioteca Nacional com a Editora Unesp, mereceu um evento especialíssimo no auditório Machado de Assis, na Biblioteca Nacional: em duas mesas-redondas, ao longo de todo o dia, vários coautores da obra, organizada por Aníbal Bragança (da UFF) e Márcia Abreu (da Unicamp), apresentaram seus capítulos e trocaram ideias sobre o livro no Brasil e sobre a publicação em si.
Uma experiência de grupo de estudo na educação a distância
A educação a distância (EAD) ganha cada vez mais importância no Brasil. A oportunidade de formar profissionais de múltiplas áreas de interesse e pertencentes a diferentes lugares do país sem obrigá-los a sair de suas cidades é um fator decisivo no crescimento dessa modalidade de ensino. Isso mostra que a EAD pode ajudar a tornar realidade a universalização do ensino superior no Brasil. O Consórcio Cederj tem diversos polos regionais, que, além de servirem de apoio aos alunos da graduação, proporcionam atividades culturais, como acontece no Polo Cederj Cantagalo, onde foi criado um grupo de estudos em História da Matemática. Tal iniciativa tem o objetivo de contribuir para a formação profissional de quem trabalha ou pretende trabalhar com o ensino de Matemática por meio da divulgação da história dos grandes matemáticos. O curso também visa realizar intercâmbio com instituições que desenvolvam pesquisas afins, além de favorecer a interação de profissionais das áreas de Matemática e História, entre outras.
Linguagem como identidade
Nos textos passados em que tratei do tema da linguagem como identidade, citei exemplos de pensadores com visões, a princípio, distintas. Enquanto Leandro Konder insiste que uma comunidade deve se apegar à sua identidade também através da linguagem (e por isso mantê-la clara e precisa), Serres crê que toda comunidade oferece resistência às influências externas e sempre vai se destacar dela. Pode parecer contraditório, mas as ideias dos dois filósofos acabam escoando para um mesmo mar: a comunidade preserva sua identidade através da linguagem, mesmo que sofra os “ataques” de culturas exógenas, e essa preservação acontece em maior ou menor grau dependendo justamente da clareza de comunicação que essa linguagem prover.
Uma deusa de carne e de osso
Estranho saber que em algumas comunidades humanas não existe lugar para a palavra Pai. Isso se dá porque, segundo os antropólogos, a base da família é matrilinear. As mulheres, desfrutando de uma liberdade sexual pouco vista nas sociedades patriarcais, têm encontros sexuais fortuitos com diversos homens e criam seus filhos sem necessariamente saber quem é o pai deles. Escandaloso para os nossos padrões morais? Pois é. As culturas humanas são ricas em sua diversidade, e isso às vezes assusta.
O que significa ser herdeiro de Marx: uma reflexão a partir de Jacques Derrida
Este escrito tem o propósito de, a partir da leitura do conjunto de conferências de Jacques Derrida intitulado Espectros de Marx, compreender em que sentido é possível pensar o quanto é uma questão de responsabilidade política refletir sobre as heranças do pensamento marxiano. Heranças das quais não podemos abrir mão se quisermos levar a sério uma postura crítica em relação à pretensa hegemonia contemporânea – pós-Muro de Berlim – determinada por uma postura entusiasta e dogmática sobre a destinação do homem à vida no interior da democracia liberal. Veremos como o termo “espectros” tem papel fundamental no processo hermenêutico de Derrida para tentar compreender em que sentido a fantasmagoria, a assombração, se relaciona com uma condição resgatada da peça Hamlet de Shakespeare, onde o herói afirma “the world is out of joint” (“o mundo está fora dos eixos”).
Sem medo pelo mundo dos números
Um correspondente internacional pelo mundo dos números. Assim se definiu o jornalista e escritor inglês Alex Bellos no processo de construção do seu livro Alex no país dos números. Também graduado em Matemática e Filosofia, ele queria falar dos números de maneira antropológica. E, percorrendo vários lugares do mundo, conferiu que a matemática é universal, porém é abordada de forma particular em cada cultura.
Dia de Faxina
Se naquele dia o patrão colocasse o disco Clube da Esquina para ouvir a antiga canção de Milton Nascimento, Maria não prestaria nenhuma atenção. A estranha mania de ter fé na vida, a necessidade de ter gana e graça, tudo isso passaria pelos seus ouvidos sem chegar ao lugar por onde seus pensamentos agora passeavam. Enquanto esfregava vidros da janela que dava para o morro de São João e para o cemitério, a moça, já despreocupada em guardar a beleza dos vinte anos, pensava que a graça das coisas já não estava lá. Não via graça em sair do trabalho e sentar com amigos em volta de garrafas de cerveja ou gargalhar com amigas entre conversas discretas, mesmo que composta de algumas frases em voz solta e alta. As gargalhadas já pareciam ridículas, a cerveja, sem graça. Na verdade, seus pensamentos vagavam ao redor disso, da graça.
Barradas no baile
Em um recente post de seu blog, a jornalista e colunista social Hildegard Angel falou sobre a festa de 14 anos do filho mais novo de um brasileiro que figura entre os homens mais ricos do mundo. Exceto pela riqueza do herdeiro, qual seria o interesse em relatar uma festinha de adolescentes, se há tantos eventos sociais de gente grande e de atores globais bombando na sociedade carioca? Somente o peculiar fato de que, devido ao excesso de menininhas se acotovelando para entrar na festa, utilizou-se um critério de seleção um tanto quanto primitivo (tosco?) para escolher quem entrava e quem ficava de fora, como se vê já no título do post: “Em festa do filho do Eike menina feia não entra!”. De acordo com a jornalista, a execução da tarefa deu-se de forma bastante simples e direta: os meninos apontavam e diziam: “Essa entra, essas não”, e os seguranças cumpriam as ordens.
Cinema Clássico
Não precisa ser um cinéfilo para navegar no site Cinema Clássico. Basta gostar de cinema e se divertir com as curiosidades lá presentes. Na página inicial, temos a opção de filmes clássicos para download; alguns datam do início do século passado, como é o caso do The painted lady, de 1912 (que além do download também está liberado para assistir online), ou de The house of darkness, de 1913. Vale lembrar que todos os filmes disponíveis para download são públicos, pois o site não incentiva a pirataria. Na barra de menu da página inicial, a opção Filmes traz mais de 2.500 títulos (muitos deles liberados para download), com ficha técnica, sinopse, detalhes técnicos e algumas curiosidades sobre cada um deles. O difícil é saber que filme escolher primeiro, entre tantos clássicos como Gilda, Gata em telhado de zinco quente, E o vento levou... Neste último, por exemplo, somos levados a valorizar ainda mais a escolha de Vivien Leigh para viver a emblemática Scarlet O’hara, ao saber que foram testadas 1.400 atrizes para o papel; ainda sobre o mesmo filme, como não ficar revoltado ao saber que a atriz Hattie McDaniel (que interpretou a criada Mammy) não compareceu à première do filme pelo fato de ser negra?