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Tempo de Aprender (pequeno comentário sobre a carga horária escolar)
Aqueles acima de 35 anos lembram-se com nostalgia das férias escolares. Eram quase quatro meses, do começo de dezembro até final de fevereiro, além das férias de julho. A nostalgia provavelmente está no fato de ser possível passar tantos dias sem pensar em nada, de apenas brincar, viajar, fazer o que desse vontade – nostalgia de ser criança, enfim. Eram tempos sem internet, tempos em que o próprio tempo era mais largo, parecia durar mais. Imaginem, então, quatro meses de dolce far niente. Sobravam horas (e até dias) para o ócio criativo e até mesmo para o puro ócio.
Língua
Há muitas línguas A língua do pê Do Saci-Pererê Do Senado Do favelado Do letrado Do letrista Do linguista
O futuro que queremos passa pelo bem viver
Pelo que se propõe até aqui, diante dos desafios que a humanidade tem pela frente, a Conferência da ONU já é um fracasso anunciado. A linha estruturante do documento final O futuro que queremos, ainda em elaboração, tem como pressuposto a busca de uma nova frente de crescimento econômico e de desenvolvimento, o tal green new deal , ou economia verde. Não se trata de uma mudança de rumo e de transformação do desenvolvimento capitalista, industrial, produtivista e consumista que gerou o quadro de ameaças sociais e ambientais em que vivemos. Na sua versão globalizada atual – que, pessoalmente, gosto de chamar de cassino global –, tudo é comandado pela ganância especulativa financeira. Trata-se de um sistema que funciona comandado pela acumulação global de capitais de um punhado de grandes corporações econômico-financeiras e bancos. No processo, de modo simplificado, pode dizer-se que com ele se produz muito, muito luxo para poucos, muito lixo com destruição ambiental e muita desigualdade social e exclusão. É o tal do sistema para 1%, como bem nos lembram os Occupy Wall Street e tantos movimentos de indignados; é um sistema que está levando o planeta Terra a uma mudança climática catastrófica.
Blog EducaFórum
Se você é mãe, pai, educador(a) ou aluno(a) e ainda não acessou o EducaFórum, saiba que ao entrar nesse blog será bem recebido por pais de alunos totalmente independentes e desvinculados de qualquer interesse partidário ou econômico.
Teatro infantil ou imbecil?
Há quem acredite que criança não pensa. Ou que tem um raciocínio tão raso que não vai se importar em ver qualquer coisa na TV ou brincar de colorir usando as cores “certas” no lugar “certo”. Há quem acredite que, se é para criança, pode fazer de qualquer jeito, que é só botar um personagem infantil famoso na embalagem que o produto vai vender, nem precisa se preocupar com a qualidade. Esse mesmo tipo de gente descobriu um ótimo filão para ganhar dinheiro – o teatro.
Língua mestiça
Tem certos acontecimentos que só se manifestam na intimidade da língua. Certos significados, certos jogos, certas relações que só nascem e frutificam quando os homens, esses seres de fala, se encontram naquele espaço confortável de um idioma comum.
O ceticismo em Último Capítulo, de Machado de Assis
Publicado pela primeira vez em 1883, dois anos depois de Memórias Póstumas de Brás Cubas, o conto Último Capítulo integra a segunda fase de Machado de Assis, período que pode ser interpretado, entre outras leituras possíveis, como de amadurecimento da perspectiva cética. Neste artigo pretende-se demonstrar como o referido conto apresenta uma compreensão cética da realidade.
Uma máquina pode substituir um professor?
Considerada o maior evento nerd do mundo, a quinta edição da Campus Party 2012 no Brasil aconteceu entre os dias 6 e 12 de fevereiro, em São Paulo, e foi marcada por muitas inovações e curiosidades tecnológicas. Entre elas está a fórmula que pode promover uma revolução na educação do século XXI. Segundo o indiano Sugata Mitra, um dos maiores especialistas do mundo em tecnologia educacional, "um professor pode ser substituído por uma máquina".
Quando viajar sem sair do lugar é possível
Para ler esta crônica, peço que desligue sua mente e ouça as cores dos seus sonhos. Não é preciso estar consciente para desfrutar dos benefícios dessa aventura. Se você assim o fez, entre, aperte seus cintos e tenha uma boa viagem ao fantástico mundo onde viajar sem sair do lugar é possível e viver é mais fácil com os olhos fechados.
Universitária e favelada
Vanessa Meneses Andrade é formada em Psicologia e moradora da Zona Sul do Rio de Janeiro. Até aí nada de excepcional. Mas quando começamos a nos aprofundar na história dessa jovem de 26 anos, vemos que não é tão simples como parece. Vanessa é moradora do Morro do Cantagalo, uma favela – como ela faz questão de falar – localizada em Ipanema, um dos bairros mais chiques do Rio de Janeiro. É também mestranda do curso de Psicologia de Subjetividades e Exclusão Social na UFF, umas das melhores universidades do estado. Para chegar aonde chegou, teve de lançar mão de atributos como persistência, coragem, conscientização, estudo, luta contra o preconceito, disciplina, além do incentivo de seus familiares e de pessoas que acreditaram nela. Mesmo sem querer, ela é uma das pessoas que ajudam a mudar a imagem de que só é possível mudar de vida na favela pela via do esporte ou da cultura. O estudo também é um caminho para essa mudança, seja para deixar para trás a vida da favela ou, como ela faz, usando seu conhecimento para modificar e melhorar aquele ambiente tão rico e, por vezes, tão mal aproveitado.