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Cinema: A Arte do Real
No dia da primeira exibição pública de cinema - 28 de dezembro de 1895, em Paris - um homem de teatro que trabalhava com mágicas, Georges Méliès, foi falar com Lumière, um dos inventores do cinema; queria adquirir um aparelho e Lumière o desencorajou, disse-lhe que o "cinématógrapho" não tinha o menor futuro como espetáculo, era um instrumento científico para reproduzir o movimento e só poderia servir para pesquisas. Mesmo que o público, no início, se divertisse com ele, seria uma novidade de vida breve, logo cansaria. Lumière enganou-se. Como essa estranha máquina de austeros cientistas virou uma máquina de contar estórias para enormes plateias, de geração em geração, durante quase um século?
Filme Histórico: Uma Luta Estética e Ideológica
A concepção heroica e pomposa da história, os grandes vultos, a história pacífica são, quase sempre, as características encontradas nos filmes históricos brasileiros, independentemente de qualquer pressão governamental. Basta lembrar que todos os temas dos filmes anteriores ao Cinema Novo, voltaram nas últimas décadas. Por exemplo: em 1917 temos um Tiradentes, ou O Mártir da Liberdade, e em 1977 vemos o lançamento de um O Mártir da Independência, Tiradentes de Geraldo Vietri. Diferenças técnicas à parte, é possível dizer que estes filmes trazem o mesmo tratamento em relação ao tema: valorização do herói. Por isso, não podemos dizer que as formulações da estética e da visão ideológica, que embasam a realização de filmes históricos, sejam de responsabilidade dos governos. Na verdade, há um complexo mecanismo através do qual se impõem tanto a visão histórica quanto a visão estética presentes nos filmes.
Macunaíma e Retrato do Brasil: A Construção da Identidade Nacional, sob o Traço da Luxúria
A aproximação entre Macunaíma, de Mário de Andrade, e Retrato do Brasil, de Paulo Prado, consiste na proposta fundamental deste trabalho. Tal aproximação estabelecer-se-á através do tema nacionalismo - comum a ambos os textos -, num diálogo permanente com o contexto histórico-cultural do Brasil na década de 20.
NAÇÃO E CIVILIZAÇÃO NOS TRÓPICOS: O INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO BRASILEIRO E O PROJETO DE UMA HISTÓRIA NACIONAL.
O pensar a história é uma das marcas características do século XIX, ao longo do qual são formulados os parâmetros para um moderno tratamento do tema. O discurso historiográfico ganha foros de cientificidade num processo em que a "disciplina" história conquista definitivamente os espaços da universidade. Neste processo, o historiador perde o caráter de hommes de lettres e adquire o estatuto de pesquisador, de igual entre seus pares no mundo da produção científica. No palco europeu, onde desde o início do século este desenvolvimento é observável, percebe-se claramente que o pensar a história articula-se num quadro mais amplo, no qual a discussão da questão nacional ocupa uma posição de destaque. Assim, a tarefa de disciplinarização da história guarda íntimas relações com os temas que permeiam o debate em torno do nacional. Em termos exemplares, a historiografia romântica nos permitiria um campo fértil para detectar e analisar tais relações. O caso brasileiro não escapará, neste sentido, ao modelo europeu - e isto certamente trará consequências cruciais para o trabalho do historiador em nosso país -, ainda que deste lado do Atlântico outro será o espaço da produção historiográfica. Não o espaço sujeito à competição acadêmica própria das universidades europeias, mas o espaço da academia de escolhidos e eleitos a partir de relações sociais, nos moldes das academias ilustradas que conheceram seu auge na Europa nos fins do século XVII e no século XVIII. O lugar privilegiado da produção historiográfica no Brasil permanecerá até um período bastante avançado do século XIX vincado por uma profunda marca elitista, herdeira muito próxima de uma tradição iluminista. E este lugar, de onde o discursismo historiográfico é produzido, para seguirmos as colocações de Michel de Certeau, desempenhará um papel decisivo na construção de uma certa historiografia e das visões e interpretações que ela proporá na discussão da questão nacional.
Ordenar, Civilizar e Instruir
Para os dirigentes imperiais, manter a Ordem e difundir a Civilização se apresentavam como condições para dar maior coesão àqueles que constituíam a classe senhorial, na defesa de seus monopólios, em especial o da mão-de-obra. Eram tarefas que se apresentavam como condições também para garantir a expansividade da classe senhorial, buscando não apenas alcançar o mais distante e arredio dos seus componentes, numa expansão horizontal, mas ainda, em certos casos e ', alguns elementos da própria plebe, numa expansão vertical.
Alberto Santos-Dumont
O pai da aviação, Alberto Santos-Dumont, nasceu no dia 20 de julho de 1873, no Sítio de Cabangu, em Minas Gerais.
O Rio de João
Mané Garrincha, lendário craque do Botafogo e bicampeão mundial com a Seleção Brasileira (1958 e 1962), chamava todos seus adversários de "João". Fosse numa pelada descalça em campo de terra batida, fosse em uma final de Copa do Mundo, o que o Mané queria era fazer os "Joões" de bobos.
O Brasil no Império Americano
A História conta que os Estados nacionais e o moderno sistema econômico e político mundial nasceram praticamente juntos, nos séculos XV e XVI. Ou, mais precisamente, nos conta que o próprio sistema mundial foi uma construção e um produto da expansão extraterritorial dos primeiros Estados nacionais europeus. Depois de nascer, esse sistema mundial se manteve, nos 500 anos seguintes, sob égide da política europeia e do seu sistema interestatal. Mas não é verdade que neste período o Estado nacional tenha destruído ou substituído todas as demais formas de organização do poder territorial, e sobretudo os Impérios, como pensam Paul Kennedy e Charles Tilly, entre outros. É verdade que os primeiros Estados europeus nasceram da luta contra o império muçulmano e da resistência ao império dos Habsburgos. Mas todos esses Estados também se transformaram depois, por um caminho ou outro, em Impérios, dentro ou fora da Europa. Impérios que duraram muito e que só foram desmontados na segunda metade do século XX. Por isto, o mais correto é dizer que o império, ou a "vontade imperial", foi sempre uma dimensão essencial dos próprios Estados nacionais europeus. Além disso, esta vontade imperial foi a grande responsável pelo nascimento do sistema político mundial, hierarquizado a partir de um núcleo central, composto pelas grandes potências.
O Século da Mulher
Texto preparado pelo Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim) para a exposição "O Século da Mulher"
Governos de centro-esquerda sem esquerda
(Rio de Janeiro: Faperj/Mauad, 2001)