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O ensino primário obrigatório em terras mineiras: os debates educacionais no século XIX
O presente trabalho visa compreender melhor os debates em torno da obrigatoriedade do ensino primário em Minas Gerais, buscando analisar os discursos dos presidentes da Província a partir dos relatórios dirigidos à Assembleia Legislativa. Este estudo foi publicado nos Anais da 34ª Reunião Anual da ANPEd, em 2011.
Por uma “nova Roma”?
Em tempos em que a TV entra em nossa casa e mostra com todas as tintas sujas o vergonhoso jogo do mensalão, sempre vem à minha memória a pergunta simples, clara e honesta de Darcy Ribeiro (1922-1997): “por que o Brasil ainda não deu certo?”. Seu último livro, O povo brasileiro (Companhia das Letras, 2006) é uma descrição apurada de acontecimentos que feriram a ferro e fogo esta tão bela terra chamada Brasil. Na verdade, em toda obra do autor – gigantesca e mágica – encontramos um país que se sustenta na luta, na violência, nas guerras do dia a dia, em meio a uma miscigenação materializada em um racismo perverso e no sangue de tantos índios e negros que selaram este país, transformando-o em um uma espécie única de terra e de povo.
Moleque na parada
(Tiro de Misericórdia, de Aldir Blanc e João Bosco)
A adolescência forma caráter?
Você já deve ter ouvido alguém falar: “fulano não tem caráter”, “beltrano tem o caráter forte” e “cicrano só pode ser mau-caráter”. São várias as possibilidades e as definições para essa palavra.
Vou de bike, quem sabe...
Dia desses, na saída do trabalho, acabei descendo do prédio junto com o tatuado de voz grave da sala ao lado; como nos conhecemos superficialmente, já previ que íamos engatar aquele papo de elevador sobre o tempo ou sobre o caos no trânsito do Rio. Eis que me chamou atenção o capacete rosa que levava na mão. Não por achar que a cor destoasse com o porte robusto do gajo (aliás, sempre achei simpático homem de rosa), mas sim pelo fato de ser um capacete de ciclista. Assim, no lugar do clássico “que calor”, perguntei por perguntar se ele estava de bike – algo incomum aqui no Centro do Rio. Ele abriu um sorriso e respondeu afirmativamente, como se fosse algo corriqueiro e simples de ver pelas ruas movimentadas destas bandas. Não, não é.
Fundação José Saramago
Tudo que se pode falar sobre Saramago é pouco, se comparado à magnitude de sua escrita. A despeito disso, não deixa de ser interessante saber fatos de sua vida, sua opinião sobre o mundo e detalhes de suas obras. Para isso, a dica é dar uma navegada no site www.josesaramago.org. Embora lá não estejam seus livros, está uma parte do próprio Saramago, em seus depoimentos, vídeos e textos.
Cala a boca, Calabar
Domingos Fernandes Calabar foi um comerciante mulato (ou mameluco) nascido na Capitania de Pernambuco no início do século XVII – época em que a Espanha dominava Portugal. Época também de ataques holandeses ao Nordeste brasileiro. Calabar começou a guerrear ao lado dos espanhóis contra os holandeses – e ajudou a expulsá-los de Olinda. Mas tornou-se aliado dos invasores, sem que se saiba até hoje a razão. No livro História do Brasil, Robert Southey apresenta algumas possibilidades: “Se, cometido algum crime, fugiu para escapar ao castigo; se o tratamento recebido dos comandantes o desgostou; ou se, o que é mais provável, com a traição, esperou melhorar de fortuna, é o que se não sabe”.
Ascensão e declínio social da humanidade: uma questão de altruísmo
O ser humano, espécie altamente adaptável e considerada entidade mais evoluída do planeta, pois criou formas de propiciar sua sobrevivência nos diferentes ambientes, pois transforma tudo à sua volta, construindo e reconstruindo artificialmente os ambientes, não conseguiu ainda projetar na atualidade as consequências desses atos e os custos dessa adaptabilidade no futuro (CÓRDULA, 2010). Mesmo tendo um telencéfalo altamente desenvolvido, ainda sim, preocupa-se apenas com o agora, com as necessidades imediatistas, e deixa de pensar na coletividade, no futuro e no planeta (CÓRDULA, 1999).
Leitura e construção de sentido: um olhar sobre a prática pedagógica
Nos últimos anos, os debates acerca do ensino da leitura ampliaram-se de maneira considerável. De acordo com Pietri (2007, p. 264), “no Brasil, principalmente a partir da década de 1980, instâncias oficiais de diversos níveis governamentais têm fomentado a produção e publicado documentos com o objetivo de promover mudanças no ensino”. Dentro dessa perspectiva, essas discussões têm início nos 1980, em face da proliferação dos estudos de diversos campos de investigação. Albuquerque (2006) e Albuquerque et al (2008) ressaltam o fato de uma gama de campos do saber ter produzido vasta quantidade de fundamentos teóricos que respaldam uma nova prática pedagógica. São exemplos dessas áreas de investigação: as Ciências da Educação [Pedagogia], as Ciências da Linguagem [Linguística], Ciências Psicológicas [Psicologia, Psicologia Cognitiva, Psicologia da Aprendizagem, Psicologia do Desenvolvimento, Psicolinguística etc.] (ALBUQUERQUE, 2006; ALBUQUERQUE et al, 2008). Todos esses postulados trazem à tona novos fundamentos que levam para o âmbito educacional uma nova didática da escolarização do leitor.
O socialismo é uma doutrina triunfante
Crítico literário, professor, sociólogo, militante. Um adjetivo sozinho não consegue definir a importância de Antonio Candido para o Brasil. Considerado um dos principais intelectuais do país, ele mantém a postura socialista, a cordialidade, a elegância, o senso de humor, o otimismo. Antes de começar nossa entrevista, ele diz que viveu praticamente todo o conturbado século XX. E participou ativamente dele, escrevendo, debatendo, indo a manifestações, ajudando a dar lucidez, clareza e humanidade a toda uma geração de alunos, militantes sociais, leitores e escritores. Aos 93 anos, Antonio Candido explica a sua concepção de socialismo, fala sobre literatura e revela não se interessar por novas obras.