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Portal da Língua Portuguesa
Em tempos de discussão sobre o Acordo Ortográfico, que gera uma série de dúvidas sobre o que muda e o que não muda, vale a pena conferir o Portal da Língua Portuguesa. Dedicado a possibilitar aos usuários da Internet acesso às informações relativas às palavras de nossa língua em todas as suas variações, o Portal é uma importante ferramenta para os professores, para os alunos e para os que têm curiosidade sobre o nosso idioma.
Armadilhas de sedução em Meu tio o Iauaretê
A perplexidade perante a questão do conhecimento é um primeiro passo para o desenvolvimento de “um discurso que a alma mantém consigo mesma”, como afirma Sócrates em Teeteto. É fundamental ao filósofo (e à filosofia) que ocorra o espanto, que o homem se torne admirado em relação a si mesmo e ao que existe em torno de si. A partir daí, a descoberta do que ele é e do que ele não é pode ser obtida – e a partir daí a busca de um significado (mesmo que por fim não haja significado) move o homem. É nesse sentido que a perplexidade se torna também fundamental em Meu tio o Iauaretê, conto de João Guimarães Rosa publicado pela primeira vez em 1961. O espanto, nessa história, acontece em dois níveis: de modo diegético, visto que o onceiro Tonico se depara com um desvelamento de si próprio como fundamentação de sua hybris; e de modo interpretativo, na relação leitor-obra, quando a narrativa e as transformações ocorridas tornam o leitor um participante incrédulo da experiência que está vivendo. E a incredulidade é necessária para que haja um não-assentamento das ideias propostas pela obra, uma vez que a construção do conto se baseia justamente na indefinição do que é verdadeiro no discurso do protagonista. Como propõe Heidegger, “a verdade consiste na concordância de uma enunciação com o seu objeto”. A discordância ou dubiedade desse acordo, como ocorre no conto, é uma demonstração da arte como mímesis produtora de uma nova visão da experiência da verdade. Os termos usados por Guimarães Rosa para definir o tio do narrador – Iauaretê ou Jaguaretê – vêm do tupi yaware’te, que significa “onça verdadeira”. A ficção trabalha em sua função mimética e reproduz em narrativa o que o leitor vivencia: o espanto constante com a necessidade de escolher entre o que ele quer acreditar que seja verdade e o que ele prefere entender como mentira. A armadilha foi montada: em meio a falsas intenções e aproximações com a verdade, o leitor se acha seduzido pela obra. Mais uma vez a arte exerce a sedução da mímesis, através do pseudos.
Como responder o que é a poesia?
À Maria Clara, querida derridiana
O valor das histórias em quadrinhos: entrevista com Natânia Nogueira
Muitas crianças, antes mesmo de aprender a ler, já leem histórias em quadrinhos. Além disso, por seus textos ágeis, diretos, repletos de diálogos e apoiados nas imagens, as HQs são uma forma de entretenimento fácil, de comunicação clara, da qual todos guardam lembranças agradáveis ao crescer. Tanto que são inúmeros os títulos para adultos – aqueles que não esquecem das primeiras tirinhas. Mesmo que sejam alvo de preconceito por parte de alguns educadores, as histórias em quadrinhos podem ser uma ótima ferramenta de alfabetização; os Parâmetros Curriculares Nacionais, do MEC, incentivam o uso dos gibis em sala de aula.
Ser e não ser, eis a resposta!
A contradição é algo inerente ao pensamento. Os opostos não apenas se atraem: eles se fundem, se confundem e, por vezes, são a mesma coisa vista de ângulos diferentes. Uma multidão é dita no singular, mas compõe-se de muitas pessoas; o mar é finito quando consideramos sua extensão vista por satélite, mas é infinito quando olhamos para o horizonte; o número 1 pode ser dividido cem, mil... infinitas vezes; o branco, a mais clara das cores, é a junção de todas elas. Uma coisa pode ser finita e infinita, singular e múltipla ao mesmo tempo. Não por acaso Pitágoras, filósofo pré-socrático, afirmava que “tudo é um”.
Por que ler Os sertões?
(Os sertões – A terra, p. 55).
De Cecigua a Cecierj, lembranças de uma fundação
Em entrevista ao Portal da Educação Pública, a Professora Marly Cruz Veiga da Silva, professora auxiliar na Uerj, fala de seu passado intrínseco ao da Fundação Cecierj. Especialista em Genética e evolução pela UFRJ, possui também experiência na área de Biologia geral, com ênfase em ensino de Ciências e Biologia. E o mais importante de tudo (aqui, pelo menos), é uma das fundadoras do Cecigua, atual Cecierj.
Amor supremo amor
Em 1957, quando ainda tocava com o quinteto de Miles Davis, John Coltrane teve um despertar espiritual. Reza a lenda que, durante uma apresentação, em meio a um solo de sax, Coltrane teve uma visão e parou de tocar. Congelou diante do vazio e não conseguiu voltar à apresentação. Após essa experiência, abandonou a heroína, formou seu próprio quarteto de jazz com McCoy Tyner no piano, Jimmy Garrison no baixo e Elvin Jones tocando bateria. Em 1964, mais precisamente no dia 9 de dezembro, em um estúdio de Nova Jersey, um Coltrane renascido, junto com seu quarteto, produziu uma das peças musicais mais espantosas do século XX.