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Suicidando Kalashinikov
Já escrevi um artigo sobre a violência. Nele, eu falava sobre o fuzil AK-47. AK vem de avtomatni Kalashnikova (automática de Kalashinikov) e 47 tem a ver com o ano (1947) em que a arma, desenhada por Mikhail Kalashinikov, ganhou uma competição de design de armas para o Exército Vermelho. Até aí tudo bem. O problema é que eu suicidei o Kalashinikov (e, para completar, ainda escrevi o nome dele errado).
Autoconsciência do horror
Semana que passou as imagens continuaram a assombrar o mundo. Novas cenas de abusos e espancamentos apareceram nas páginas do jornal The Washington Post, para o desespero dos defensores da liberal democracia norte-americana.
A Unctad e os ventos do desenvolvimento
A realização da XI Conferência da Unctad, iniciada ontem em São Paulo, tem tudo para ser um novo marco no debate internacional sobre o desenvolvimento. Há 40 anos, em 1964, a Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) surgia como resposta da ONU à crescente demanda dos países periféricos na ordem bipolar da Guerra Fria. No mesmo contexto, surgia o G-77, o grupo dos países não alinhados, clamando por políticas internacionais favoráveis ao desenvolvimento. A Unctad se constituiu em importante referência do G-77 em todas as negociações financeiras e comerciais.
Calçadas manchadas de sangue
A ideia de que toda vida merece ser vivida é problemática. No entanto, mais problemática é a ideia de que alguém pode decidir por outro quando e como uma vida deve ser vivida, ou mesmo quando ela deve acabar. Nossa sociedade costumou-se a produzir um discurso repetitivo sobre a vida. Um discurso que reforça a ideia de que a vida humana é sagrada e de que qualquer atentado contra ela é um delito terrível, um dos mais odiosos, e que deve ser objeto da mais violenta repulsa.
O que você sempre quis saber a respeito da globalização
Vestir, comer e sair são ações que nos mergulham, queiramos ou não, na globalização. É melhor ficar atento e se dar, pelo menos um pouco, o poder de escolher.
Globalização e desigualdades sociais
O que traz de novo o Fórum Social Mundial (FSM) para o debate sobre a globalização? Em termos muito diretos e de forma sintética, diria que é a radicalidade da visão social. O FSM põe em questão a economia como prática, como ciência e, sobretudo, como construção ideológica-política expressa no neoliberalismo. Por isso, ao visar o Fórum Econômico Mundial como o pólo antagônico de um grande movimento de ideias, para o qual o FSM quer ser um dos grandes suportes, estamos na verdade definindo a própria radicalidade da perspectiva que nos anima.
Do Brasil para o mundo, exemplo de escola cidadã
Os resultados do concurso Escolas que fazem escola: por uma pedagogia de inclusão - promovido pela Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) - colocam o Brasil na posição de idealizador de projetos pedagógicos exemplares. Dos 12 trabalhos premiados de países que formam o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) e de seus associados (Bolívia e Chile), três são iniciativas brasileiras. Ao todo, foram inscritos 230 trabalhos, 54 nacionais. Os demais vencedores foram: Argentina, com quatro experiências, Chile e Uruguai, com duas cada, e Bolívia, com uma.
Fórum Social Mundial: o horizonte da cidadania planetária
O Fórum Social Mundial (FSM) é daqueles acontecimentos que demarcam épocas. Parecem surgir de forma inesperada, mas, como acabam sinalizando fins e começos, a gente descobre que eles tinham tudo por acontecer, a história estava madura para pari-los. O FSM surge como uma antítese do capitalismo globalizado, da lei do livre mercado a serviço das grandes corporações, da lógica do terror e da guerra, do imperialismo. Busca-se globalizar humanidade, com base na solidariedade entre povos, numa lógica fundada nos direitos humanos e na paz.
Viagem ao apartheid
O cartão vem em africâner e inglês, e nele está escrito Nie-Blankes/Non-Whites - não-brancos(as). Visitantes separam-se segundo a cor e vão para uma das duas entradas do museu. Grupos de amigos e amigas, turistas e famílias se afastam com expressões aflitas. A angústia das pessoas ao se despedirem faz pensar nos filmes sobre o Holocausto. Mas essa história tem final feliz: dentro do Museu do Apartheid, os corredores se encontram novamente e todas as tonalidades de pele são vistas lado a lado no passeio pela exposição que narra a ascensão e queda do regime de repressão racial da África do Sul.
A cor da desigualdade no debate orçamentário
Texto extraído do Boletim Orçamento e Democracia, n.13, Out.-Dez.1999